Quero ficar animada ... Nem que seja em delírios ... Rir de mim mesma ... Conversar sozinha e me aprofundar nos pensamentos.
Tomo uma taça e meia de vinho; Uma garrafa de cerveja e mais duas doses e meia de Vodka ... Agora tudo está começando a girar, mas a sensação é ótima ... Eu consegui rir em companhia de amigos imaginários. Fernanda tem me sido uma ótima amiga quando quero viajar para uma outra realidade. Mas ela tem me sido também uma inimiga, me faz lembrar e trás de volta momentos que eu deveria esquecer quando ela é quem estava sobre controle de mim ... Eu devo me render? ... Ela é uma parte de mim que eu muito quero ser ... Determinada, decidida, independente de tudo, corajosa (não tem medo de se sentir sozinha) ... Além de ser muito bonita, inteligente ... Ela trás no sorriso um charme com o olhar que as vezes até eu mesma fico com medo de não resistir. Ela sabe o poder que tem. Seus cabelos loiros escuros, cumpridos e ondulados, combinam perfeitamente com a simetria do seu rosto quase pálido, bochechas rosadas e uma boca pequena que te dá vontade de beijá-las. Sempre sorrindo para mim daquele jeito esperando a hora certa de agir ... E nessa noite ela fez a minha cabeça ... Chorei e eu sabia qual era o motivo. Sofro de abstinência de alguma coisa ... E ela sabe o que é. Eu tento não me render, sentada no chão do meu quarto com a cabeça sobre a beirada da cama, eu começo a sentir ânsia de vômito. Escrevo alguma coisa até que o telefone toca ... Enxugo as lágrimas, e tento parar com a respiração ofegante. Consigo falar, fingir total "sobriariedade" e falar o mais normalmente possível _ "Alô?" ... "Oi!" ... "Eu já tô indo dormir" ... "ok! Beijo. Tchau" ... Isso era mais de 4:30 da madrugada, terça-feira. Ergo a cabeça para a cima, respiro e respiro, os olhos fechados faz tudo girar mais rapidamente até eu não conseguir mais segurar ... Jogo tudo pra fora. Sinto que a Fernanda está sumindo aos poucos. Estou voltando para o meu estado normal? .. Deito na cama com a cabeça sobre o cobertor e os pés sobre os travesseiros. Gosto de ficar ao contrário as vezes. Me trás conforto. Até que eu pego no sono e depois de alguns minutos, durmo no lado certo da cama e acordo só depois do horário do almoço. Afinal, eu não almoço mesmo.
